Adormeci sem ter lido a última página Falta o epílogo Cansa-me a inconstância das vontades Fecho-lhes a porta pela manhã Para que não me sequem os quereres Talvez seja tempo de escrever Nada me obriga a um agora ou hoje Talvez até volte a tocar-lhe É tarde… ou não Bagas com sabor a fruta escondem-se Os troncos estão cansados Pedem para ser mordidas Tenho sede e sei que as não quero Se penso muito… erro Decido subir aos troncos Colo-me a eles num ímpeto São como pés de feijão A natureza desperta e o cheiro a vida vem Sento-me num braço Os olhos perdem-se e o dia vai Recolho e embrulho as memórias futuras Se elas vierem Se me trocarem os sentidos O que fica por dizer de dias assim?